Resenhas | A Bela e a Fera (2017)



O novo “A Bela e a Fera” chega aos cinemas em 2017, mas exibe o verniz de um filme lançado duas décadas atrás. Mais precisamente, em 1991, ano da animação que agora retorna em formato live-action, com atores. Se a estratégia da Disney é vender nostalgia requentada, prepare-se para uma sessão de saudosismo e autohomenagem.

Sabe aqueles filmes que queremos dar mais do que a nota máxima? A nova versão de A Bela e a Fera é, sem sombra de dúvida, um desses casos. 

Logo nos deparamos com um rosto conhecido no papel da protagonista Bela, vivida por Emma Watson, que finalmente se desvencilha de Hermione Granger. Criticada por muitos desde o momento de sua escolha, Watson honra a emblemática personagem não apenas por sua ótima atuação, mas pela bela voz ainda desconhecida pelo público, que certamente é um show a parte. Do outro lado temos Dan Stevens, atualmente em Legion, vivendo o príncipe transformado na monstruosa Fera, que através de efeitos visuais surpreendentes, transmite realidade e emoção em suas feições.



O castelo assombrado revela os mesmos objetos tagarelas que já vimos no desenho dos anos 1990. Ao lado dos protagonistas, um elenco de peso ajuda a moldar o enredo e transformar o drama em algo gostoso e prazeroso de assistir, mesmo boa parte dele tendo sido revelada após a quebra da maldição. Ewan McGregor interpreta o candelabro Lumière, Ian Mckellen ,o relógio Cogsworth (Horloge), Emma Thompson, a chaleira Senhora Potts (madame Samovar), Nathan Mack, a pequena xícara quebrada Chip, Gugu Mbatha-Raw, o espanador Plumette, Audra McDonald, o guarda-roupa Garderobe, Stanley Tucci, o piano Maestro Cadenza, Kevin Kline, o pai de Bela, Maurice, e Hattie Morahan, a feiticeira Agathe.

Gaston (Luke Evans) segue rude e com jeito de machão, cuspindo arrogância e nutrindo obsessão por Bela. Cada personagem parece programado para que o público não exatamente crie uma conexão com o presente, mas reative gostosas memórias em torno do filme de 1991

Josh Gad vive o “polêmico” personagem Le Fou, escudeiro que nutre uma paixão homossexual por Gaston e é o responsável por boa parte das gargalhadas e momentos engraçados da história. O ajudante de Gaston, teria contornos de um personagem gay se concretiza às escondidas e se abriga no conforto do alívio cômico. Entre um e outro flerte não correspondido pelo chefe, ele ganha até um desfecho satisfatório, mas perfeitamente adequado para o padrão Disney. Certamente um elenco fenomenal, para um filme de igual característica.



 A produção Live-Action de A Bela e a Fera é daqueles filmes que assistimos com um sorriso no rosto do início ao fim, além de lágrimas nos olhos de emoção e felicidade ao relembrar momentos da infância. entrega exatamente o que a Disney projeta como o desejado pelo público: uma releitura “em carne e osso” .

 Fica a sensação, porém, de um produto que prefere as facilidades da nostalgia aos riscos da fantasia.
É a importante mensagem nos tempos como os de hoje: ninguém nasce mau.

Resenhas | A Bela e a Fera (2017) Resenhas | A Bela e a Fera (2017) Reviewed by Mario Vianna on 20:00 Rating: 5

Sobre o Mario: Pseudo-escritor, cronista e blogueiro, devorador de pizzas e sushis, sommelier de cervejas mas acaba escolhendo sempre a mais barata. Apaixonado por cinema, Alice e Tarantino mais queria mesmo é ser Woody Allen. Facebook | Twitter

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.