Resenha | Five Came Back ( 2017 )

Five Came Back”, cinco cineastas do presente narram trajetórias de um quinteto de realizadores do passado. Baseado no livro “Cinco Voltaram” (publicado no Brasil pela editora Objetiva), do jornalista Mark Harris, o documentário em formato de minissérie recupera a produção de diretores de Hollywood durante a Segunda Guerra Mundial.

Lançado pela Netflix e narrado pela atriz Meryl Streep, o documentário assume como uma narrativa de “Hollywood por Hollywood”, em que as histórias são contadas por gente da própria indústria de cinema. 

John Ford, Frank Capra, William Wyler, John Huston e George Stevens contribuíram com filmes temáticos e documentais que serviam tanto como propaganda de recrutamento quanto denúncia dos horrores da guerra e das obras políticas de repúdio contra Alemanha e Japão.

Os diretores contemporâneos que ditam os passos do documentário.


O sempre sorridente e manso Steven Spielberg dedica suas falas a William Wyler, diretor conhecido por “Ben-Hur” (1959). Outra combinação certeira é ver o intenso Francis Ford Coppola falar sobre John Huston.

Lawrence Kasdan, roteirista nas franquias “Star Wars” e “Indiana Jones”, fala sobre o igualmente aventureiro George Stevens, um diretor que transitava por comédias, faroestes, e musicais. Criador da série de documentários “Why We Fight”, com foco no conflito, o imigrante italiano Frank Capra tem suas obsessões civis investigadas pelo mexicano Guillermo del Toro.

Por fim, vem a dupla mais curiosa de “Five Came Back”. O britânico Paul Greengrass, que tem no currículo tanto a saga “Bourne” quanto documentários, fala sobre John Ford, talvez o maior diretor da Hollywood clássica.

Num trecho  notável, Greengrass descreve Ford na plataforma de um porta-aviões filmando “A Batalha de Midway” (1942), um  flagrante cinematográfico de combate, sob bombardeio de aviões japoneses. “Ford sempre soube onde pôr a câmera”, brinca Greengrass.

“Five Came Back” visita o passado e descortina os bastidores de universos distintos que convergem na força das imagens. A guerra e o cinema.



O episodio final e de partir o coração!