Todo mundo tem
pelo menos um par de histórias estranhas e interessantes sobre seu último ano
de ensino médio. Aqueles laços que deixam as pessoas falando quando entram pela
faculdade e, em última instância, podem levar a uma dissecção ainda mais
profunda nos últimos anos da vida de uma pessoa.
Mas no momento
que essas histórias estão sendo escritas, sentimos que são as
experiências mais profundas e mais importantes que enfrentaremos em toda a
nossa vida. É esse tipo de pensamento que o Lady Bird de Greta Gerwig está
centrado, e é tão autêntico e afetador como qualquer uma dessas histórias
poderia ser.
- A Vida -
No precipício da
idade adulta, Christine "Lady Bird" McPherson (Saoirse Ronan) faz o
que qualquer adolescente faria: ela vive por suas emoções, está constantemente
procurando por pessoas legais para serem amigos e tende a se apaixonar rapidamente.
Enquanto isso, ela trava lutas com sua mãe (Laurie Metcalf), já que sua vida na
Califórnia tem seu anseio de ir a uma faculdade sofisticada na Costa Leste. Uma
história contada ao longo de seu último ano de ensino médio, Lady Bird trata-se
de tentar voar e os erros cometidos durante cada tentativa.
- Relembre 2002 -
O filme transporta seu espectador para 2002. Sua
ideia é criar um filme memória, que certamente despertará lembranças nas
pessoas que tiveram seus anos de juventude na década passada, em um efeito bem
semelhante a Boyhood. A grande diferença é que testemunhamos boa parte do ano de Lady Bird, compreendendo
suas frustrações seja no campo pessoal ou amoroso.
Na estética, o projeto também não deixa a
desejar. Vibrante, “Lady Bird” tem
as cores de um passado não tão distante. Já a direção de Greta Gerwig, que tem
sido tema de discussão por ter sido excluída da nomeação do Globo
de Ouro 2018 e agora também do
Bafta, é íntima. Investindo no poder de planos subjetivos,
vemos o mundo pelos olhos da protagonista. Seja a estranheza da figura
inquisidora de Jesus Cristo na parede durante a missa, a correção à caneta de
seu nome em uma lista de chamada ou as paisagens de Sacramento pela janela do
carro.
- Lady Bird -
Aos 23 anos, Saoirse Ronan está
perfeita no papel da dinâmica adolescente em busca de emoção e um sentido mais
amplo para vida, ou nas palavras da personagem, ir para bem longe de sua cidade
natal. Quando
se trata de retratar esse momento particularmente sensível na vida de uma
jovem. Ela continua a cativar a tela com suas habilidades de atuação, fazendo
com que ambos os momentos simpáticos e mais infantis de "Lady Bird"
ganhem vida sem transformá-los em caricaturas.
- O Desejo de Ser Amada -
Esse é um filme sobre ansiedade adolescente, mas por uma ótica extremamente feminina. Uma história sobre querer sair de casa para buscar um mundo para chamar de seu, e a rebeldia “sem causa” que facilita essa transição. Sentir raiva da mãe é mais fácil do que lidar com a culpa de deixá-la.
Lady Bird é agradável, com um coração sincero. Uma experiência de
ligação para os melhores amigos, bem como para as mães e as filhas, que possam
realmente desfrutar da vida.
- Avaliação do Mário Vianna -
Resenha | Lady Bird (2017)
Reviewed by Mario Vianna
on
21:04
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