Resenhas | Fragmentado (2017)


Night Shyamalan é um promissor cineasta da atualidade, mundialmente conhecido por seus filmes de suspense. Desde 1992 já produziu filmes de qualidade e foi responsável por obras famosas, tais como Sinais, A Vila, A Dama na Água, A Visita e, ainda, por O Sexto Sentido, pelo qual recebeu duas indicações ao Óscar de Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original.
Em Fragmentado, Anya Taylor-Joy (A Bruxa) interpreta maravilhosamente a personagem Casey Cooke, uma garota que se encontra em uma festa de aniversário “por pena” já que é considerada a esquisita da turma. Já nos primeiros planos percebemos o seu distanciamento emocional com o resto das pessoas em sua volta. 

Lentamente, ao aceitar carona junto com duas outras colegas: Claire (Richardson) e Marcia (Sula), ela nota a presença de um estranho no carro e, em seguida, todas são sequestradas por Dennis (McAvoy), uma das personalidades que habita dentro da mente de Kevin, o qual sofre de um distúrbio sério psiquiátrico ao manejar mais 22 personalidades diferentes. 

Em seu cativeiro, as garotas tentam encontrar um meio de escapar do lugar. É fato que, pela sua experiência, o cineasta compreende a fórmula para uma boa narrativa de suspense que Hitchcock teria inveja.



A quase ausência de trilha sonora no início ajuda a se criar uma atmosfera de pânico, com o suspense sendo sustentado principalmente através das expressões de temor das raptadas, em especial Casey.

Como já de costume em obras do diretor, Fragmentado parece ser um filme de garotas tentando escapar de um homem perigoso. Mas, as viradas sutis logo mostram que a história tem muito mais para entregar. 

O filme também consegue trabalhar o humor de maneira eficiente. Cenas divertidas distraem, deixam o público relaxado. Com isso, as cenas assustadoras causarão maior impacto no espectador. 



Fragmentado não funcionaria sem um ator do calibre de McAvoy, que dá um show. O ator consegue apresentar com eficiência cada personalidade alternando do divertido para assustador apenas com nuances sutis. O britânico com cara de bom moço está irreconhecível e realiza um dos grandes trabalhos da carreira.

Mesmo que todas as informações necessárias estejam ao nosso alcance acerca da situação dos personagens, nossa expectativa sobre o que ocorrerá em seguida sempre é testada, utilizando, para tanto, o elastecimento das cenas e adiando ao máximo o ato narrativo subseqüente. É neste aspecto que Fragmentado funciona, e muito bem.

Fragmentado é um dos filmes que te deixará reflexivo após o surpreendente final.




Resenhas | Fragmentado (2017) Resenhas | Fragmentado (2017) Reviewed by Mario Vianna on 19:35 Rating: 5

Sobre o Mario: Pseudo-escritor, cronista e blogueiro, devorador de pizzas e sushis, sommelier de cervejas mas acaba escolhendo sempre a mais barata. Apaixonado por cinema, Alice e Tarantino mais queria mesmo é ser Woody Allen. Facebook | Twitter

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