Às vezes, a expectativa acaba com certas esperas de uma forma não tão agradável. Mas começar uma resenha falando de expectativas é o mesmo que tentar explicar que o seu time é melhor que o do amigo: não é possível. Você tenta, explica, traz dados, aponta referências. Mas fatos são fatos e o presente é o que importa. E agora, a parceria Marvel/Netflix tem o seu primeiro grande tropeço.
Sim, eu gostaria de começar essa resenha dizendo que Punho de Ferro (Iron Fist, 2017) está no mesmo nível de qualidade que a primeira temporada de Demolidor (leia aqui) ou até mesmo, se salva em meio as "arrastadas" e confusões no roteiros que prejudicaram Jessica Jones (leia aqui) e Luke Cage (leia aqui). De verdade, acho que até a segunda parte da segunda temporada de Demolidor (leia aqui) agrada mais do que Punho de Ferro.
Desde o anúncio da Netflix de sua parceria com a Marvel para a expansão do seu "universo", com o objetivo de construir uma relação direta, mas não co-dependente, com os filmes desse universo nos cinemas, a empolgação não poderia ser menor, ainda mais após a uma primeira temporada quase irrepreensível de Demolidor. Mas parece que a "fórmula Netflix" já necessita de revisão: fica difícil gostar de uma série onde apenas 4 de seus 13 episódios empolgam.
E não diga aquela empolgação de uma cena icônica no corredor. É aquela empolgação do "agora vai", mas que nunca vai.
Punho de Ferro faz todo o sentido nesse mundo "Marvel/Netflix". Com uma famosa parceria com Luke Cage nos quadrinhos, é de se esperar que vindoura reunião dos heróis urbanos na minissérie "Os Defensores" mostre o início dessa amizade.
Mas parece que a preguiça dos roteiristas nessa primeira temporada falou mais alto do que a necessidade de apresentar a importância do personagem nessa adaptação.
Danny Rand (Finn Jones) é um jovem filho do empresário multi-milionário Wendell Rand, que após um acidente aéreo, perde seus pais. Acaba sendo resgatado e é criado por monges na mística cidade de Kun Lun. A série começa no momento do seu retorno, após 15 anos desaparecido e a sua readaptação ao mundo urbano.
Em meio a essa readaptação, acaba descobrindo que os filhos do sócio de seu pai, Harold Meachum (David Wenham), estão no comando da Rand Enterprises, empresa que leva o nome de sua família. Ward Meachum (Tom Pelphrey) e Joy Meachum (Jessica Stroup), que eram amigos de Danny na infância, logo desconfiam de que esse seja um impostor querendo tomar o lugar do tido como falecido herdeiro da fortuna dos Rand.
Enquanto vai tentando provar que é quem é e aprender sobre o mundo dos negócios, para tomar o controle da empresa da família, vamos sendo apresentados ao passado de Rand por meio de flashbacks, explicando o que aconteceu em parte desses 15 anos, seus traumas pelos acontecimentos, seu treinamento e como se tornou o Imortal Punho de Ferro.
Após conhecer Colleen Wing (Jessica Henwick), Rand se vê em meio ao envolvimento da empresa de seu pai com uma organização chamada...o Tentáculo. Sim, aquela mesma que fomos apresentados na segunda temporada do Demolidor.
Como agora temos, pela primeira vez de forma mais escancarada no universo urbano da Marvel/Netflix o elemento místico como forçar matriz da trama, as oportunidades eram grandiosas.
E como foram jogadas no lixo (ou na gaveta) tantas oportunidades!
Um enredo simples, sim, mas porque nada mais seria necessário para apresentar o personagem nesse universo. Seu passado poderia muito bem ter sido contado em um, ou dois episódios em flashbacks. Aqueles que conhecem as HQ's sabem o quanto essa série poderia focar única e exclusivamente na porradaria e não HAVERIA NENHUM PROBLEMA NISSO.
Mas como diz Nerd Rabugento, a porrada é fofa. Aquela pancada "doída" de Demolidor, não aparece aqui. As cenas são bem coreografadas...bem até demais. E isso meio que acaba tirando a graça. E esses pontos todos, podem acabar afastando aquele espectador casual que só queria ver algumas porradas e uma história bacana.
O que se viu, além das milhares de chances de um enredo decente perdidas, foi uma história arrastada, que comprova em muitas maneiras que se faz necessária uma revisão na "fórmula" utilizada nas outras séries da parceria entre as empresas.
O elenco parece que também não abraçou a ideia. Com exceção de Jessica Henwick, que manda bem e traz uma Colleeen convincente e ao mesmo tempo com a postura que seria esperada...do protagonista, tem em seus colegas um contra ponto negativo, uma ligada no piloto automático, que pouco se vê saindo do que o fraco roteiro propõe.
Os vilões, apesar de fazerem parte de uma organização que já foi apresentada, não impactam como um Rei do Crime e nem trazem um senso de urgência para a história. Os coadjuvantes...gzuis...totalmente esquecíveis.
O que lamento é que a escalação de Finn Jones não convence. Entenda: ele não é uma ator ruim. Já provou seu valor em Game of Thrones e em algumas cenas da temporada que manda bem! Mas algo não encaixa. Pelo menos a química com seu par, funciona.
Além desse, a temporada tem alguns outros pontos positivos. O final da temporada funciona, talvez pelo fato de que os eventos ocorrem mais de forma orgânica e sem enrolações. O gancho para a série dos Defensores, que se interliga com a aparição da coringa que se tornou Claire Temple (Rosario Dawson) e a presença do Tentáculo, que é o grande obstáculo no caminho do ainda herói em formação.
E vendo a série por esse lado, o lado que entende que estamos vendo um herói que ainda não assumiu a sua real vocação, ou nesse caso mais específico, não entendeu essa vocação, a série ganha um certo valor.
Então o que resta é se apegar a isso. E embarcar na viagem que sim, no últimos três episódios, mostra que tinha potencial para muito mais. Quem sabe talvez na segunda temporada né?
AVALIAÇÃO do MANGUAÇA (do Leitão)
TRAILER
FICHA TÉCNICA
Punho de Ferro (Marvel's Iron Fist) - 2017 - 60 min. (por episódio) - EUA - Ação/Drama/Fantasia
Desenvolvedor(es): Scott Buck
Produtor(es) executivo(s): Alan Fine, Stan Lee, Jeph Loeb, Joe Quesada, Scott Buck
Elenco: Finn Jones, Jessica Henwick, David Wenham, Jessica Stroup, Tom Pelphrey, Rosario Dawson, Ramón Rodríguez, Sacha Dhawan, Wai Ching Ho
Emissora de Televisão Original: Netflix
Site Oficial: https://www.netflix.com/title/80002612
Comente ai abaixo o que você achou da série, se já viu (sem spoilers ok?) ou se pretende ver (ou não).
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Sim, eu gostaria de começar essa resenha dizendo que Punho de Ferro (Iron Fist, 2017) está no mesmo nível de qualidade que a primeira temporada de Demolidor (leia aqui) ou até mesmo, se salva em meio as "arrastadas" e confusões no roteiros que prejudicaram Jessica Jones (leia aqui) e Luke Cage (leia aqui). De verdade, acho que até a segunda parte da segunda temporada de Demolidor (leia aqui) agrada mais do que Punho de Ferro.
Desde o anúncio da Netflix de sua parceria com a Marvel para a expansão do seu "universo", com o objetivo de construir uma relação direta, mas não co-dependente, com os filmes desse universo nos cinemas, a empolgação não poderia ser menor, ainda mais após a uma primeira temporada quase irrepreensível de Demolidor. Mas parece que a "fórmula Netflix" já necessita de revisão: fica difícil gostar de uma série onde apenas 4 de seus 13 episódios empolgam.
E não diga aquela empolgação de uma cena icônica no corredor. É aquela empolgação do "agora vai", mas que nunca vai.
Punho de Ferro faz todo o sentido nesse mundo "Marvel/Netflix". Com uma famosa parceria com Luke Cage nos quadrinhos, é de se esperar que vindoura reunião dos heróis urbanos na minissérie "Os Defensores" mostre o início dessa amizade.
Mas parece que a preguiça dos roteiristas nessa primeira temporada falou mais alto do que a necessidade de apresentar a importância do personagem nessa adaptação.
Danny Rand (Finn Jones) é um jovem filho do empresário multi-milionário Wendell Rand, que após um acidente aéreo, perde seus pais. Acaba sendo resgatado e é criado por monges na mística cidade de Kun Lun. A série começa no momento do seu retorno, após 15 anos desaparecido e a sua readaptação ao mundo urbano.
Em meio a essa readaptação, acaba descobrindo que os filhos do sócio de seu pai, Harold Meachum (David Wenham), estão no comando da Rand Enterprises, empresa que leva o nome de sua família. Ward Meachum (Tom Pelphrey) e Joy Meachum (Jessica Stroup), que eram amigos de Danny na infância, logo desconfiam de que esse seja um impostor querendo tomar o lugar do tido como falecido herdeiro da fortuna dos Rand.
Enquanto vai tentando provar que é quem é e aprender sobre o mundo dos negócios, para tomar o controle da empresa da família, vamos sendo apresentados ao passado de Rand por meio de flashbacks, explicando o que aconteceu em parte desses 15 anos, seus traumas pelos acontecimentos, seu treinamento e como se tornou o Imortal Punho de Ferro.
Após conhecer Colleen Wing (Jessica Henwick), Rand se vê em meio ao envolvimento da empresa de seu pai com uma organização chamada...o Tentáculo. Sim, aquela mesma que fomos apresentados na segunda temporada do Demolidor.
Como agora temos, pela primeira vez de forma mais escancarada no universo urbano da Marvel/Netflix o elemento místico como forçar matriz da trama, as oportunidades eram grandiosas.
E como foram jogadas no lixo (ou na gaveta) tantas oportunidades!
Um enredo simples, sim, mas porque nada mais seria necessário para apresentar o personagem nesse universo. Seu passado poderia muito bem ter sido contado em um, ou dois episódios em flashbacks. Aqueles que conhecem as HQ's sabem o quanto essa série poderia focar única e exclusivamente na porradaria e não HAVERIA NENHUM PROBLEMA NISSO.
Mas como diz Nerd Rabugento, a porrada é fofa. Aquela pancada "doída" de Demolidor, não aparece aqui. As cenas são bem coreografadas...bem até demais. E isso meio que acaba tirando a graça. E esses pontos todos, podem acabar afastando aquele espectador casual que só queria ver algumas porradas e uma história bacana.
O elenco parece que também não abraçou a ideia. Com exceção de Jessica Henwick, que manda bem e traz uma Colleeen convincente e ao mesmo tempo com a postura que seria esperada...do protagonista, tem em seus colegas um contra ponto negativo, uma ligada no piloto automático, que pouco se vê saindo do que o fraco roteiro propõe.
Os vilões, apesar de fazerem parte de uma organização que já foi apresentada, não impactam como um Rei do Crime e nem trazem um senso de urgência para a história. Os coadjuvantes...gzuis...totalmente esquecíveis.
O que lamento é que a escalação de Finn Jones não convence. Entenda: ele não é uma ator ruim. Já provou seu valor em Game of Thrones e em algumas cenas da temporada que manda bem! Mas algo não encaixa. Pelo menos a química com seu par, funciona.
Além desse, a temporada tem alguns outros pontos positivos. O final da temporada funciona, talvez pelo fato de que os eventos ocorrem mais de forma orgânica e sem enrolações. O gancho para a série dos Defensores, que se interliga com a aparição da coringa que se tornou Claire Temple (Rosario Dawson) e a presença do Tentáculo, que é o grande obstáculo no caminho do ainda herói em formação.
E vendo a série por esse lado, o lado que entende que estamos vendo um herói que ainda não assumiu a sua real vocação, ou nesse caso mais específico, não entendeu essa vocação, a série ganha um certo valor.
Então o que resta é se apegar a isso. E embarcar na viagem que sim, no últimos três episódios, mostra que tinha potencial para muito mais. Quem sabe talvez na segunda temporada né?
AVALIAÇÃO do MANGUAÇA (do Leitão)
TRAILER
FICHA TÉCNICA
Punho de Ferro (Marvel's Iron Fist) - 2017 - 60 min. (por episódio) - EUA - Ação/Drama/Fantasia
Desenvolvedor(es): Scott Buck
Produtor(es) executivo(s): Alan Fine, Stan Lee, Jeph Loeb, Joe Quesada, Scott Buck
Elenco: Finn Jones, Jessica Henwick, David Wenham, Jessica Stroup, Tom Pelphrey, Rosario Dawson, Ramón Rodríguez, Sacha Dhawan, Wai Ching Ho
Emissora de Televisão Original: Netflix
Site Oficial: https://www.netflix.com/title/80002612
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Resenha | Punho de Ferro (1ª Temporada)
Reviewed by Sérgio Leitão
on
12:30
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