A máxima "quem fala o que quer, ouve o que deve" (se não é assim, é a que cabe ao caso) foi usado pelo universo na semana passada.
Como parte da série universal (não do estúdio de Hollywood, mas o Universo mesmo) "Perdendo a oportunidade de ficar quieto", o diretor James Cameron, que sempre terá o respeito desse que vos escreve por ter criado uma das franquias mais legais dos últimos anos - não é Avatar - acabou falando demais e se enrolou todo.
Tudo começou quando, em entrevista ao The Guardian, o diretor declarou que não considera o filme um passo à frente na luta das mulheres por igualdade de direitos e representatividade.
Ok, tendo ele criado personagens como Rose (Kate Winslet) em Titanic, Neytiri (Zoe Saldana) em Avatar e, a mais famosa de todas, a Sarah Conner (Linda Hamilton) em O Exterminador do Futuro, ele se achou no direito de afirmar que o filme da Mulher Maravilha é um retrocesso.
Logo, como ele acredita que a personagem de Gal Gadot, que entrou já pra história do cinema recente e que se enquadra tão bem quanto suas criações, não sirva de modelo para as mulheres nos dias de hoje? Só porque ela não é uma personagem "moderna", não significa que não exista ali uma identificação - e admiração por não achar melhor palavra - com uma personagem que utiliza o ambiente masculinizado para transforma-lo em algo verossímil para o público.
Mesmo que estejamos falando de uma personagem baseada em uma história em quadrinhos!
Mas ai, claro, que a sempre antenada e tão admirável quanto a personagem que dirigiu, Patty Jenkins, utilizou sua conta no Twitter para "responder" o direto com uma classe pouco vista em meio as várias polêmicas sem fundamento que o filme causou.
É evidente e necessário que tenhamos mais e mais personagens como a Mulher-Maravilha nos cinemas e em todo lugar! A representatividade começa no momento em que os exemplos pipocam, sejam nas séries de TV, filmes no cinema ou quadrinhos.
A cultura pop, que deve ser usada como via de exposição desses modelos, não precisa de mais discussões sem sentido por declarações como a do diretor que, na sua visão, vem há tempos contribuindo para essa mudança.
Mas talvez faltasse algo e talvez as meninas que hoje tem Gal Gadot como referência, sejam filhas das mulheres que um dia viram Sarah Connor dando tiros e correndo de Exterminadores.
As oportunidades são infinitas e é necessário entender que aquele movimento que estava engatinhando, agora começa a dar os primeiros passos. E que as mulheres, com super poderes ou não, possam sempre inspirar mais e mais mulheres maravilhosas mundo afora.
Comentem e não deixem de seguir nossas redes sociais.
Como parte da série universal (não do estúdio de Hollywood, mas o Universo mesmo) "Perdendo a oportunidade de ficar quieto", o diretor James Cameron, que sempre terá o respeito desse que vos escreve por ter criado uma das franquias mais legais dos últimos anos - não é Avatar - acabou falando demais e se enrolou todo.
Tudo começou quando, em entrevista ao The Guardian, o diretor declarou que não considera o filme um passo à frente na luta das mulheres por igualdade de direitos e representatividade.
Ok, tendo ele criado personagens como Rose (Kate Winslet) em Titanic, Neytiri (Zoe Saldana) em Avatar e, a mais famosa de todas, a Sarah Conner (Linda Hamilton) em O Exterminador do Futuro, ele se achou no direito de afirmar que o filme da Mulher Maravilha é um retrocesso.
Todos os tapinhas nas costas de 'auto parabenização' que Hollywood tem feito sobre Mulher-Maravilha foram tão equivocados. Ela é um ícone objetificado, e é apenas o Hollywood masculino fazendo a mesma coisa de sempre!E continuou..
Não estou dizendo que não gostei do filme, mas, para mim, é um passo para trás. Sarah Connor não era um ícone de beleza. Ela era forte, estava perturbada, era uma mãe terrível, e ganhou o respeito do público através de uma pura coragem. E para mim, [o benefício de personagens como Sarah] é tão óbvio. Quero dizer, metade do público é feminino!.Acredito que o direito de expressão, é cada vez mais utilizado por todos, nem sempre da melhor forma possível. Quando Cameron traz tal comparação, talvez ele tenha se esquecido, de que ele não É UMA MULHER!
Logo, como ele acredita que a personagem de Gal Gadot, que entrou já pra história do cinema recente e que se enquadra tão bem quanto suas criações, não sirva de modelo para as mulheres nos dias de hoje? Só porque ela não é uma personagem "moderna", não significa que não exista ali uma identificação - e admiração por não achar melhor palavra - com uma personagem que utiliza o ambiente masculinizado para transforma-lo em algo verossímil para o público.
Mesmo que estejamos falando de uma personagem baseada em uma história em quadrinhos!
Mas ai, claro, que a sempre antenada e tão admirável quanto a personagem que dirigiu, Patty Jenkins, utilizou sua conta no Twitter para "responder" o direto com uma classe pouco vista em meio as várias polêmicas sem fundamento que o filme causou.
— Patty Jenkins (@PattyJenks) 25 de agosto de 2017
A incapacidade de James Cameron entender o que Mulher-Maravilha é e o que significa para mulheres de todo o mundo não é uma surpresa, já que, apesar de ser um ótimo cineasta, ele não é uma mulher. Mulheres fortes são ótimas. Os elogios dele para o meu filme Monster: Desejo Assassino e nosso retrato de mulheres fortes, ainda que problemáticas, foi tão apreciado. Mas se as mulheres sempre precisam ser difíceis, duronas e perturbadas para serem fortes, e não estamos livres para sermos multidimensionais ou celebrar um ícone para mulheres do mundo todo por ela ser atraente e amável, não chegamos muito longe, não é mesmo? Acredito que mulheres podem e devem ser TUDO, assim como protagonistas masculinos devem ser. Não há um tipo certo ou errado de mulher poderosa. E o grande público feminino que fez esse filme ser o sucesso que é certamente pode julgar e escolher os seus próprios ícones de progresso.Pronto, dizer o que mais? Como dizem os jovens, a diretora "lacrou", mas de uma forma elegante e sem desmerecer as declarações do diretor.
É evidente e necessário que tenhamos mais e mais personagens como a Mulher-Maravilha nos cinemas e em todo lugar! A representatividade começa no momento em que os exemplos pipocam, sejam nas séries de TV, filmes no cinema ou quadrinhos.
A cultura pop, que deve ser usada como via de exposição desses modelos, não precisa de mais discussões sem sentido por declarações como a do diretor que, na sua visão, vem há tempos contribuindo para essa mudança.
Mas talvez faltasse algo e talvez as meninas que hoje tem Gal Gadot como referência, sejam filhas das mulheres que um dia viram Sarah Connor dando tiros e correndo de Exterminadores.
As oportunidades são infinitas e é necessário entender que aquele movimento que estava engatinhando, agora começa a dar os primeiros passos. E que as mulheres, com super poderes ou não, possam sempre inspirar mais e mais mulheres maravilhosas mundo afora.
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Outras Manguaças | James Cameron e as oportunidades de ficarmos quietos
Reviewed by Sérgio Leitão
on
19:30
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