Quando o primeiro filme terminou, uma coisa era certa: tínhamos acabado de ver o melhor filme da Marvel Studios. Em 2014, a expectativa beirava o zero e o impacto que o filme causou, com seu humor com uma ação e aventura despretensiosa, conquistou o mundo.
Sim, porque sempre me pareceu que ao investir em um estúdio de cinema e gastar milhões, a Marvel conseguiu concretizar parte dos seus objetivos: conquistar um novo público. Afinal de contas, o resultado com Guardiões foi algo inesperado e que ampliou o seu universo, literalmente, até as estrelas.
Após uma introdução de sucesso, não só aos Guardiões em si, mas a essa extensão do universo Marvel nos cinemas, o primeiro filme fez mais do que só aumentar o leque de possibilidades para o estúdio, mas conquistou o público com novos personagens.
O segundo filme então, tem a missão de estreitar o laço do público com esses personagens. E James Gunn, que acertou no alvo no primeiro, repete com excelência a difícil tarefa de manter a qualidade do primeiro e mais.
Após os eventos do primeiro filme, vemos que os Guardiões da Galáxia agora são respeitados e famosos em toda a...galáxia. Seus serviços são contratados pelos mais diversos seres, e é possível perceber que o status de heróis é algo inevitável, mesmo que o termo mercenário seja mais adequado.
Ser herói, é consequência disso.
O enredo tem como pontapé inicial a apresentação dos Guardiões, que quando contratados pela líder da raça Soberana, Ayesha (Elizabeth Debicki), tem que proteger valiosas e poderosas baterias dessa raça. Os Guardiões parecem ter salvado o dia, mas lidar com as consequências de seus atos é outra lição que o filme traz, principalmente para um público que virou seu alvo principal: os jovens.
Mas já volto nesse ponto.
Yondu (Michael Rooker) e sua tripulação são contratados por Ayesha para recuperar as baterias e a fuga pela Galáxia tem um evento que muda a forma como o filme trata suas relações.
Somos apresentados a Ego (Kurt Russell), que após anos viajando a procura de seu filho, o encontra durante essa fuga. Junto com Mantis (Pom Klementieff), ele apresenta-se como um dos Celestiais, seres de grande poder cósmico.
À partir daí, vemos que esse segundo volume (gosto dessa ideia classificar as sequências como volumes, como, os quadrinhos fazem) não foca na questão heroica. O lance aqui é se fazer perceptível as camadas, muitas vezes escondidas em meio a tantas cores, cenas de ação e risadas nas piadas impagáveis com a qual o roteiro nos brinda.
Em meio aos atos heroicos e as besteiras, o filme foca sua atenção na questão principal do roteiro: como se manter uma família? Ainda mais uma família tão disfuncional como essa que foi criada por interesses, comum entre todos ou não, mas que fizeram com que ela conquistasse tal fama, status.
Cada personagem agora é apresentado já como um conhecido, mas que carrega consigo, muito mais daquilo que foi mostrado.
Peter Quill (Chris Pratt) é de fato o Senhor das Estrelas, mas precisa saber como lidar com a chegada da responsabilidade de ser um líder e a revelação do que até então, era desconhecido. Gamora (Zoe Saldana), precisa lidar com os sentimentos que são desconhecidos para ela, na relação dela com a irmã Nebulosa (Karen Gillan) e com Quill.
Drax (Dave Bautista) precisa lidar com o trauma da perda de sua família. Rocket (voz de Bradley Cooper) precisa lidar com a falta de aceitação por ser um guaxinim falante e sua falta de senso em alguns momentos.
Tudo isso está ali, bem claro e de forma objetiva, onde faz com que o público se afeiçoe ainda mais com eles e se importe de fato com o destino deles. Em especial o público mais jovem.
Não adianta negar: a Marvel sabe como conquistar esse público. O título de "filme de herói" cai como uma luva a todo o conceito que o estúdio criou depois de todos esses filmes. E a ponte entre o colorido e o cinza, levando a audiência a perceber que é totalmente verossimilhante os sentimentos ali expostos, mesmo que em uma realidade totalmente absurda e fantasiosa, é o que faz com que os Guardiões um sucesso e seja tão bom.
Ok, talvez seja a "fórmula Pixar/Disney" que contaminou o ambiente depois da compra do estúdio, mas não é nada mal.
Abraçar a proposta de um verdadeiro filme de herói, mas também saber tocar em assuntos tão delicados e importantes, é demais!
E como sempre digo: tem horas que é necessário saber jogar o jogo. E quando o roteiro de Gunn nos entrega, em meio a todas essas camadas um Baby Groot (voz de Vin Diesel) totalmente fora do quadro apresentado acima, temos a válvula de escape perfeita, justamente para lidar com tudo isso e trazer ao eixo os exageros.
O amadurecimento dos relacionamentos, dos sentimentos e das questões em aberto, são questões tão importantes quanto lidar com os perigos que ameaçam a galáxia.
Como se tudo isso não bastasse, ainda temos o retorno da Awesome Mix Tape, com uma trilha, que olha, só sendo muito chato para não gostar. Com a ajudar de Tyler Bates, Gunn escreveu um roteiro que se completa em sua trilha.
Dessa vez, fica mais claro do que no primeiro filme, todo esses momentos, de euforia ou reflexão, são acompanhados da trilha sonora. É UM ACERTO ACOMPANHADO DE OUTRO ACERTO!
E claro, os milhares de easter-eggs, referências da cultura pop que permeiam todo o enredo, 5 cenas pós-créditos incluídas de uma forma muito bacana nos créditos...ou seja, uma nova forma de apresentação desse recurso que o estúdio já transformou em obrigatório e algumas participações muito bacanas.
O equilíbrio entre tudo o que é apresentado, e que era o meu maior receio com relação a essa sequência, impressiona e tudo culpa de seu roteiro bem escrito, uma trilha arrebatadora, atuações bem feitas e um diretor que não tem medo de arriscar, dentro do que lhe é proposto.
E James Gunn monstrou e provou que assim como os irmãos Russo sabe jogar o jogo da Marvel. Bom pra todos nós!
Dessa forma, Guardiões da Galáxia Vol. 2 toma seu lugar de direito entre os melhores filmes feitos pela Marvel Studios, e entre os filmes de super-heróis já feitos. Mostrando que é sim possível fazer o público dar altas gargalhadas, algumas lágrimas e várias lições durante a jornada...sem esquecer claro, de uma excelente trilha sonora!
AVALIAÇÃO do MANGUAÇA (do Leitão)
TRAILER
FICHA TÉCNICA
Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol.2) - 2016 - 151 min. - EUA - Ação/Aventura/Ficção
Direção: James Gunn
Roteiro: James Gunn (baseado em Guardiões da Galáxia, de Dan Abnett e Andy Lanning)
Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Vin Diesel, Bradley Cooper, Michael Rooker, Karen Gillan, Elizabeth Debicki, Pom Klementieff, Chris Sullivan, Sean Gunn, Sylvester Stallone, Kurt Russell
Site Oficial: http://marvel.com/movies/movie/221/guardians_of_the_galaxy_2
Comente ai abaixo o que você achou do filme, se já viu (sem spoilers ok?) ou qual sua expectativa se não. E não deixe de nos seguir nas redes sociais:
Sim, porque sempre me pareceu que ao investir em um estúdio de cinema e gastar milhões, a Marvel conseguiu concretizar parte dos seus objetivos: conquistar um novo público. Afinal de contas, o resultado com Guardiões foi algo inesperado e que ampliou o seu universo, literalmente, até as estrelas.
Após uma introdução de sucesso, não só aos Guardiões em si, mas a essa extensão do universo Marvel nos cinemas, o primeiro filme fez mais do que só aumentar o leque de possibilidades para o estúdio, mas conquistou o público com novos personagens.
O segundo filme então, tem a missão de estreitar o laço do público com esses personagens. E James Gunn, que acertou no alvo no primeiro, repete com excelência a difícil tarefa de manter a qualidade do primeiro e mais.
Após os eventos do primeiro filme, vemos que os Guardiões da Galáxia agora são respeitados e famosos em toda a...galáxia. Seus serviços são contratados pelos mais diversos seres, e é possível perceber que o status de heróis é algo inevitável, mesmo que o termo mercenário seja mais adequado.
Ser herói, é consequência disso.
O enredo tem como pontapé inicial a apresentação dos Guardiões, que quando contratados pela líder da raça Soberana, Ayesha (Elizabeth Debicki), tem que proteger valiosas e poderosas baterias dessa raça. Os Guardiões parecem ter salvado o dia, mas lidar com as consequências de seus atos é outra lição que o filme traz, principalmente para um público que virou seu alvo principal: os jovens.
Mas já volto nesse ponto.
Yondu (Michael Rooker) e sua tripulação são contratados por Ayesha para recuperar as baterias e a fuga pela Galáxia tem um evento que muda a forma como o filme trata suas relações.
Somos apresentados a Ego (Kurt Russell), que após anos viajando a procura de seu filho, o encontra durante essa fuga. Junto com Mantis (Pom Klementieff), ele apresenta-se como um dos Celestiais, seres de grande poder cósmico.
À partir daí, vemos que esse segundo volume (gosto dessa ideia classificar as sequências como volumes, como, os quadrinhos fazem) não foca na questão heroica. O lance aqui é se fazer perceptível as camadas, muitas vezes escondidas em meio a tantas cores, cenas de ação e risadas nas piadas impagáveis com a qual o roteiro nos brinda.
Em meio aos atos heroicos e as besteiras, o filme foca sua atenção na questão principal do roteiro: como se manter uma família? Ainda mais uma família tão disfuncional como essa que foi criada por interesses, comum entre todos ou não, mas que fizeram com que ela conquistasse tal fama, status.
Cada personagem agora é apresentado já como um conhecido, mas que carrega consigo, muito mais daquilo que foi mostrado.
Peter Quill (Chris Pratt) é de fato o Senhor das Estrelas, mas precisa saber como lidar com a chegada da responsabilidade de ser um líder e a revelação do que até então, era desconhecido. Gamora (Zoe Saldana), precisa lidar com os sentimentos que são desconhecidos para ela, na relação dela com a irmã Nebulosa (Karen Gillan) e com Quill.
Drax (Dave Bautista) precisa lidar com o trauma da perda de sua família. Rocket (voz de Bradley Cooper) precisa lidar com a falta de aceitação por ser um guaxinim falante e sua falta de senso em alguns momentos.
Tudo isso está ali, bem claro e de forma objetiva, onde faz com que o público se afeiçoe ainda mais com eles e se importe de fato com o destino deles. Em especial o público mais jovem.
Não adianta negar: a Marvel sabe como conquistar esse público. O título de "filme de herói" cai como uma luva a todo o conceito que o estúdio criou depois de todos esses filmes. E a ponte entre o colorido e o cinza, levando a audiência a perceber que é totalmente verossimilhante os sentimentos ali expostos, mesmo que em uma realidade totalmente absurda e fantasiosa, é o que faz com que os Guardiões um sucesso e seja tão bom.
Ok, talvez seja a "fórmula Pixar/Disney" que contaminou o ambiente depois da compra do estúdio, mas não é nada mal.
Abraçar a proposta de um verdadeiro filme de herói, mas também saber tocar em assuntos tão delicados e importantes, é demais!
E como sempre digo: tem horas que é necessário saber jogar o jogo. E quando o roteiro de Gunn nos entrega, em meio a todas essas camadas um Baby Groot (voz de Vin Diesel) totalmente fora do quadro apresentado acima, temos a válvula de escape perfeita, justamente para lidar com tudo isso e trazer ao eixo os exageros.
O amadurecimento dos relacionamentos, dos sentimentos e das questões em aberto, são questões tão importantes quanto lidar com os perigos que ameaçam a galáxia.
Como se tudo isso não bastasse, ainda temos o retorno da Awesome Mix Tape, com uma trilha, que olha, só sendo muito chato para não gostar. Com a ajudar de Tyler Bates, Gunn escreveu um roteiro que se completa em sua trilha.
Dessa vez, fica mais claro do que no primeiro filme, todo esses momentos, de euforia ou reflexão, são acompanhados da trilha sonora. É UM ACERTO ACOMPANHADO DE OUTRO ACERTO!
E claro, os milhares de easter-eggs, referências da cultura pop que permeiam todo o enredo, 5 cenas pós-créditos incluídas de uma forma muito bacana nos créditos...ou seja, uma nova forma de apresentação desse recurso que o estúdio já transformou em obrigatório e algumas participações muito bacanas.
O equilíbrio entre tudo o que é apresentado, e que era o meu maior receio com relação a essa sequência, impressiona e tudo culpa de seu roteiro bem escrito, uma trilha arrebatadora, atuações bem feitas e um diretor que não tem medo de arriscar, dentro do que lhe é proposto.
E James Gunn monstrou e provou que assim como os irmãos Russo sabe jogar o jogo da Marvel. Bom pra todos nós!
Dessa forma, Guardiões da Galáxia Vol. 2 toma seu lugar de direito entre os melhores filmes feitos pela Marvel Studios, e entre os filmes de super-heróis já feitos. Mostrando que é sim possível fazer o público dar altas gargalhadas, algumas lágrimas e várias lições durante a jornada...sem esquecer claro, de uma excelente trilha sonora!
AVALIAÇÃO do MANGUAÇA (do Leitão)
TRAILER
FICHA TÉCNICA
Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol.2) - 2016 - 151 min. - EUA - Ação/Aventura/Ficção
Direção: James Gunn
Roteiro: James Gunn (baseado em Guardiões da Galáxia, de Dan Abnett e Andy Lanning)
Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Vin Diesel, Bradley Cooper, Michael Rooker, Karen Gillan, Elizabeth Debicki, Pom Klementieff, Chris Sullivan, Sean Gunn, Sylvester Stallone, Kurt Russell
Site Oficial: http://marvel.com/movies/movie/221/guardians_of_the_galaxy_2
Comente ai abaixo o que você achou do filme, se já viu (sem spoilers ok?) ou qual sua expectativa se não. E não deixe de nos seguir nas redes sociais:
Resenha | Guardiões da Galáxia Vol. 2
Reviewed by Sérgio Leitão
on
18:20
Rating:
Muito boa resenha da sequela dessa excelente franquia. Pessoalmente vi este filme pelo grande elenco que tem e devi dizer que me surpreendeu. Pessoalmente amei o personagem de Aysha e acho que Elizabeth Debicki fez um bom trabalho no seu papel. Falar da atriz significa falar de uma grande atuação garantida, ela se compromete com os seus personagens e sempre deixa uma grande sensação ao espectador. O mesmo aconteceu com a produção o Conto, um dos HBO filmes que para mim é muito bom. Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo. Mais que filme de drama , é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Vale a pena.
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