Resenha | Rogue One: Uma História Star Wars

Emoção. Empolgação. Satisfação.

Essas três palavras parecem um exagero para aqueles que não entendem o quão importante um história pode mudar a sua vida. Ou até mesmo para aqueles que nunca tiveram algo que parecido com uma paixão. Sei lá, é parecido quando escuto de algumas pessoas que não gostam de música. Como elas conseguem viver assim?

Pois bem, para boa parte dos amantes da cultura pop, Star Wars é (talvez junto com Star Trek) um guia de tudo aquilo que se pode ter de referência boa. Existem aqueles que dizem que é uma história boba e sem sentido, mas para aqueles que gostam, se apaixonam e isso realmente passa despercebido quando se escuta aqueles primeiros acordes eternizados pela trilha de John Williams.
É algo único, icônico e que já foi eternizado. Algo sem precedentes na história do entretenimento. E isso, só quem vive nesse mundo irá entender.

O que mais importa é que a obra de George Lucas sempre será lembrada pela sua essência que talvez nos dias de hoje esteja até meio que perdida. O resgate desse sentimento veio com o último episódio da tida como história principal da série, e o "Despertar da Força" conseguiu resgatar essa aura de aventura e esperança de que o bem sempre vencerá o mal que tanto buscamos nos episódios da nova trilogia.

Mas ai que chegamos a esse que entra com certeza no top 3 de melhores filmes. E pronto. Talvez isso só mude se os próximos filmes (episódio VIII chega daqui um ano mais ou menos) conseguirem um mix entre o que foi apresentado por JJ Abrams e agora, por Gareth Edwards.
De cara, já posso dizer que o maior e grande acerto do filme é trazer o fator guerra para um filme que traz em seu nome essa denominação. Mas é fato, que a guerra de fato, pouco havia sido retratada nos outros sete filmes da série. E talvez colocar Rogue One como um filme "spin-off" seja a maior injustiça para o filme.

"Rogue One: Um História Star Wars" é mais do que isso. Tem o espírito, a força (sem nenhum trocadilho) e o clima de um verdadeiro filme Star Wars. É um episódio 3.5 com toda a certeza. A história é algo que nós já conhecemos: a ação dos Rebeldes para roubar os planos da arma mais poderosa do Império, que é a Estrela da Morte.

Mas quem são esses heróis? Quais os rostos e personalidades daqueles que foram os primeiros grandes nomes de uma história que acompanha a família Skywalker, mas que se mostra muito mais do que um drama familiar, e sim, um drama de uma sociedade, que deve se erguer e lutar contra os males que acabam surgindo.
As relações com política e religião sempre foram muito fortes na série, e elas estão todas aqui, escancaradas. E isso é feito da mesma forma que a série sempre fez: totalmente justificada em seu enredo. Mas como um filme de guerra, Rogue One não perde tempo em apresentar nada mais do que a sua personagem principal, que é o fio condutor de tudo o que resume a série: a mudança de uma pessoa que não se posicionava (politicamente) e não acreditava (fé?) na mudança. Mas eis que percebe que a mudança, tem que partir de ações. E são essas ações que trarão de volta a esperança de que as coisas podem melhorar...certo?

Jyn Erso (Felicity Jones) é esse fio condutor. Filha de Galen Erson (Mads Mikkelsen), a mente por trás da Estrela da Morte. Após o rapto de seu pai a mando do Almirante do Império, Orson Krennic (Ben Mendelsohn), para que os planos da construção dessa arma prossigam, Jyn precisa crescer para ser uma guerreira mesmo sem querer.
Como um "guia" e seu protetor nessa jornada forçada, Saw Guerrera (Forest Whitaker), o líder de uma aliança Rebelde extremista, acaba cuidando da garota, até que ela possa seguir seu próprio caminho. E quando a Aliança Rebelde encontra Jyn, ela é "convocada" para a missão de "resgatar" seu pai. Como responsável pela missão, temos Cassian Andor (Diego Luna) e seu parceiro, o K-2SO (Alan Tudyk), que foi reprogramado por Andor para se tornar um androide badass e que é muito útil em suas missões pela Aliança.

E à partir desse momento, Star Wars entra em um ambiente que nunca havia sido explorado. Um ambiente de guerra. Um ambiente que você conhece, mas que nunca foi mostrado da forma como se vê em Rogue One. É um fan service atrás do outro. Alguns mais explícitos que outros, mas reconhecer fica fácil para aqueles que já conhecem esse mundo.
A missão que estava seguindo para um caminho, de repente toma um outro sentido. Jyn precisa se posicionar. Precisa acreditar. Precisa se tornar aquilo que ela nunca quis ser. Mas as entrelinhas dessa história são uma das coisas mais belas e fortes que qualquer outro filme da série. Existe uma urgência. E é uma urgência tão palpável, que você entende que o fato de seus personagens não serem tão explorados justifica-se pelo motivo de que estamos vendo uma guerra.

E na guerra, não há espaços para mais explicações. Você sente que o episódio IV está logo ali. E o filme sabe disso. O roteiro é orgânico e trabalha para que, mesmo aqueles que não conhecem nada de Star Wars, entendam que porra é séria e que é preciso agir logo.
E o grupo formado pelas circunstâncias, é o mais incrível que já vi em um filme. Não bastasse a redenção de Andor, em acredita em algo além do que a guerra lhe trouxe de ruim, temos a absolvição de um piloto desertor, Bohdi Rook (Riz Ahmed), que tem um papel muito relevante pro desenrolar do eventos. Temos uma dupla de apostos que se completam de uma forma orgânica e que mesmo com crenças diferentes, Chirrut Imwe (Donnie Yen) e Baze Malbus (Jiang Wen) mostram que a combinação entre força e fé funciona quando o objetivo é único.

O trabalho feito por Chris Weitz e Tony Gilroy, surpreende pela objetividade, algo tão em falta na nova trilogia. Mas nada disso funcionaria se a mão de Gareth Edwards não estivesse tão afiada. Percebe-se um carinho, um cuidado e uma precisão que talvez tenha faltado em algum momento para JJ Abrams no mais recente episódio.

O impacto de algumas cenas, despertam os sentimentos mais diferentes. Foi incrível ver uma sala de cinema lotada, encantada pela beleza de algumas tomadas. E o CGI sempre bem aplicado, e até surpreendente em algumas cenas, mostra que é possível o equilíbrio perfeito para a série de efeitos práticos e efeitos em computação.
O filme, que já chegaria perfeito desde de seu primeiro trailer, guarda seus melhores momentos para o final. Os aplausos e gritos foram poucos para o impacto que ele causa. E ai, o mix daquelas três palavras que citei no início desse texto, explode no peito daqueles que são fãs, contagiam aqueles que estava ali pela curiosidade ou apenas para diversão.

E é isso que Star Wars é.

Apenas vá ao cinema e assista Rogue One. Como escrevi após a sessão:
Ahh é, e ainda tem Darth Vader para o deleite dos fãs.
Mas na boa, isso é só a cereja do bolo! E que bolo!

Se o objetivo da Disney, com esse primeiro movimento em prol de expandir o universo mágico de George Lucas, era causar uma boa impressão, PUTA QUE O PARIU, objetivo mais que concluído.

Obrigado George Lucas! Obrigado Disney!

Avaliação do Manguaça (Leitão):


Trailer:

Ficha Técnica:
Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One: A Star Wars Story) - 2016 - 133min - EUA - Aventura/Ação/Ficção Científica
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Chris Weitz e Tony Gilroy
Elenco: Felicity Jones, Diego Luna, Ben Mendelsohn, Donnie Yen, Mads Mikkelsen, Alan Tudyk, Riz Ahmed, Jiang Wen, Forest Whitaker
Site Oficial: http://br.starwars.com/



Resenha | Rogue One: Uma História Star Wars Resenha | Rogue One: Uma História Star Wars Reviewed by Sérgio Leitão on 18:09 Rating: 5

Sobre o Sérgio: Made in Fortaleza perdido em SP since 95. Pai do Matheus e do blog Desventuras de um Alter Ego. Quase músico, quase escritor, quase tudo, quase nada. Facebook | Twitter

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