Os produtores da série Narcos tinham em mãos um grande desafio. Deixar a segunda temporada ainda melhor do que a primeira com pouco material. No primeiro ano vimos quase 20 anos da vida do narcotraficante colombiano Pablo Escobar (Wagner Moura), seu surgimento no trafico, suas pretensões politicas, suas perdas, sua prisão em La Catedral e por fim sua fuga.
Para alguns, Escobar foi um herói. Para outros, foi um terrorista impetuoso. Essa dualidade da figura que se tornou folclórica na Colômbia e no mundo, é destaque nessa temporada de Narcos.
Ao longo de 10 episódios, acompanhamos a trajetória de alguém que se achava acima da lei. A jornada até o titulo de "Rei da Cocaína", trouxe alguns inimigos responsáveis pela sua queda.
Los Pepes, um grupo formado por Judy Moncada (Cristina Umanã), o Cartel de Cali e guerrilheiros anticomunistas são a força principal pelo fim de Escobar, além do governo colombiano juntamente com os Estados Unidos.
A segunda temporada mantém um ritmo mais dramático e humanizado para o bem e para o mal de Pablo. A mesma pessoa que nutre um amor incondicional pela sua família, seu bairro que ajudou a criar e a mesma capaz explosões que resultam na morte de centenas de inocentes apenas para conseguir o que quer.
Os episódios conservam a narrativa em off do agente Steve Murphy (Boyd Holbrook) começando logo após a fuga de Escobar da sua prisão de luxo La Catedral. Após esse ocorrido, a pressão internacional sobre o governo colombiano cresce e consequentemente, o narcotraficante começa a perde aliados que o veem como alguém sem prestígio a se manter no mercado - principalmente depois de um atentado a bomba em um shopping, repleto de civis. Escobar se vê então sozinho, com seu bando reduzido a uns poucos capangas e sua família.
O foco no roteiro dramático é na minha opinião o ponto mais alto da temporada. Além do óbvio, com a narrativa focada na reta final da vida de Pablo, a drama é muito bem distribuída com os outros personagens importantes da história, os agentes Steve e Javier Pena (Pedro Pascal).
Steve luta para manter sua esposa e filha na Colômbia e, no caso do segundo, é explorado o conflito do lado emocional e profissional após seu envolvimento com uma prostituta.
E por fim o maravilhoso Wagner Moura entrega novamente uma performance genial. Por conta disso os melhores episódios são os que aproveitam mais de sua atuação. Percebe-se uma mudança de feições da acessão a queda de seu personagem. No inicio vemos Pablo com a cabeça erguida cheio de autoridade e no fim, esta retraído com a voz sempre baixa vendo o seu reino ir por água a baixo (parabéns Wagnão, mas parabéns mesmo).
A segunda temporada de Narcos termina de maneira que conhecemos, com a queda definitiva do narcotraficante. Pablo Escobar foi apenas uma peça de xadrez derrubada nesse jogo que dura até os dias de hoje.
E não ache que a historia de Narcos acaba com a morte de Escobar. Que venha a terceira temporada contra o Cartel de Cali.
Resenha | Narcos (2° Temporada)
Reviewed by Mario Vianna
on
12:00
Rating:
Nenhum comentário: